domingo, 21 de março de 2010

Telefone sem fio ambulante

Diretamente de Findalenha, Edinete veio pra cidade grande.
Depois de muito esforço finalmente arrumou emprego de faxineira, na mansão da família Nokiorola, uma das mais ricas da cidade.
Logo na entrada, Edinete se deparou com uma campainha diferente. Assim que apertou o botão, uma voz saiu de dentro da parede, jogando-a para longe com o susto. Aquela parede que falava era na verdade o interfone.
Edinete arrumando seu cabelo respondeu:
- Sou eu, Edinete, a faxineira!
O portão eletrônico abriu!
- Cruz credo! Que bicho abriu isso aqui!
Edinete se dirigiu a escadaria e encontrou com o mordomo, que a encaminhou para sala, aguardando alguns minutos, pois a patroa estava no banho.
O mordomo pediu licença e saiu, deixando-a sozinha.
Edinete muito curiosa começa a andar de um lado para o outro, reparando todas as novidades, objetos jamais imaginados!
Bem ali a frente, encima de uma mesa estava um celular.
Edinete olha e antes de pensar no que seria aquilo, o aparelho toca falando o nome da patroa.
- Telérgia! Telérgia!
Edinete arregala os olhos e olha debaixo da mesa.
- Jesus, misericórdia! Essa casa tá pussuída, malasombrada!
Ela corre para o canto e observa o mordomo entrar e atender o telefone.
- Por favor, ligue daqui alguns minutos que a Sra. Telérgia irá atender.
O mordomo sai e Edinete se aproxima, pega o celular e observa aquela caixinha estranha.
Depois de alguns segundos o celular vibra e Edinete o lança longe.
- Meu Deus além de falar ele mexe!
O mordomo entra, Edinete se lança em seus braços.
- Acode aqui! Tem um trem falando naquela caixa.
O mordomo ri.
- Calma! Isso é apenas um celular!
Edinete assustada:
- O que? Um o que?
O mordomo bem calmo responde:
- Um celular!
Edinete um pouco assustada pergunta:
- Celular?! Pro mode de que isso serve?
Mordomo:
- Isso é um telefone sem fio, que você pode levar para todos os lugares!
Edinete:
- Levar pra todos os lugares?!
- Mas o telefone não tem um dono? Ele não precisa ficar grudado na parede? Como ele serve, se não tem nem fio?
Mordomo:
-Ele não precisa de fio Edinete. E seu dono é quem o comprou na loja.
Edinete:
- Ué, mas se você pode levar pra todos os lugares, ele não tem dono. E ele fala de graça, quem paga as contas?
Mordomo responde:
- Vai para casa do dono do celular. Como esse é da Sra. Telérgia, a conta vem aqui para mansão.
Edinete:
-Hum! E como que isso funciona? Deve ser difícil demais. Jesus!
Mordomo:
- Não é não, quer aprender?
Edinete:
- Você tá achando que eu sei mexer com isso?!
Mordomo:
- É fácil!
Edinete:
- Fácil para vocês da cidade! Mais vamos tentar. Você disse que eu consigo!
Mordomo:
-Bem para ligar você aperta os números e aperta esse botão verde. Para desligar aperta o botão vermelho!
Edinete:
- E para atender quando a mulher começa chamar o nome?
Mordomo:
- Para atender é só você apertar o botão verde
Edinete:
- Viche Maria que coisinha mais chique! Um telefone que não tem fio e ainda você pode sair andando!
Mordomo:
- E quando você aprender direitinho vai poder jogar, ouvir música, tirar foto.
Edinete:
- Isso tudo, uma coisinha tão pequena faz! Meu Deus! Se eu chegar com um destes lá em Findalenha o povo vai endoidar!
Mordomo:
- Depois vou te ensinar tudo!
Edinete:
- Vai com calma!
O celular toca, Edinete assusta e se enrosca no pescoço dele!
Os dois se olham e ali começa uma nova história de amor!

Tânia Consuelo

Um comentário:

  1. Nossa!!! Um conto com o meu nome, rsrsrs... que legal, nunca tinha visto nada antes com o meu nome, que curioso!
    Edinete Brito

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